SAUDADE
Minha Terra está presente em mim, mesmo
quando distante.
O cheiro, a cor, os becos, ruelas, casarões
antigos, janelas imaginárias.
O murmúrio de palavras levadas ao vento.
O mel das recordações enraizadas no peito.
Os tantos abraços de despedida deixados em
copos vazios.
Retorno à minha Terra e como criança percorro
os mesmos caminhos, agora desertos, perseguindo
fantasmas incrustados nas paredes abandonadas.
Procuro o sentido dos objetos perdidos, das pessoas
perdidas, do manto negro lançado sobre os galhos da
árvore impedida de crescer.
Penetro no espelho do passado e junto os reflexos de
imagens inanimadas, das pessoas que partiram e
deixaram seus espíritos escondidos nas sombras das
noites misteriosas.
Na curva da Dona Maria do Posto, no Sobrado Velho,
na velha Serraria, nas Casinhas Novas, na Rua São
José, no Campinho, na Pinguela...
A Ponte, a porta da Fábrica, os encontros, a Igreja, o
gramado bem cuidado, a Sede, o clarão, o escuro, o adormecer...
Verdes e imponentes eucaliptos, sombras em Bangalôs
plantados em linhas retas e obscuras.
Lagoas e riachos, caixas d’água e Usina, subida do
Cruzeiro.
Longe de ti permaneço...
Junto a ti meu espírito...
Agarrada em ti minha existência...
Triste adormeço...e em meus sonhos
viajo no teu Ser!
FESTA DO SAGRADO
Fantasmas ocultos esperando a hora
que o Sagrado percorra as calçadas
íngremes.
Na fé do povo a esperança
caminha com o andor e provoca
lembranças
que ao som de uma Banda me faz
retornar ao meu corpo de menino.
Um canto triste ecoa nas montanhas
traduzindo desejos, implorando liberdade.
Pedindo que a justiça seja plena e a mesa
seja farta.
Que a Terra deixe de ser destruída por
cabeças e mãos inconseqüentes.
CANTIGA DO ENCONTRO
Nascemos na mesma terra
Com sufoco e aflição
Hoje estamos separados
Força da situação
Mas quando nos encontramos
É maior a emoção
A amizade se renova
Bate forte o coração
Da terra herdamos muita
Humildade e afeição
Somos sempre solidários
A quem nos estende a mão
E se alguém nos aborrece
Agimos com paciência
Respondemos com sorriso
Não usamos de violência
Se sentamos num boteco
Para um belo cervejar
Logo o papo se dirige
Pr'aquele nosso lugar
E depois de muita cana
Concordamos em um ponto
Que apesar do pouco tempo
Como é bom o nosso encontro
BAGAGEM
De minha terra trouxe raízes, alguns
traumas, tantas alegrias, muita saudade...
De minha terra trouxe a poesia que muito
mais tarde aflorou em meu peito, fazendo-me
cantar sentimentos até então trancafiados em
minha alma.
De minha terra trouxe amigos, assim como
muitos por lá deixei, enterrados nas sombras
das árvores, para florescerem (certamente)
em outras dimensões.
De minha terra trouxe muitas imagens, como
a do sol escalando a montanha do Cruzeiro,
embriagando-me pela imensa e gratificante
beleza daqueles fins de tarde.
Ah minha terra que tanta bagagem me empresta
nesta minha caminhada!...
E de tanto amá-la entranhei-me nela feito tatuagem.
Para perpetuá-la em mim tomei-lhe emprestado o
nome e dele fiz meu sobrenome de poeta.
Hoje assino, com orgulho, Marzzagão, dando-lhe
de presente mais um z.
Falta-lhe ainda outros conteudos, pois poesia não fala somente de problemas pessoais. O verdadeiro poeta inspira-se no mundo e nos acontecimentos em geral, não somente em seu eu interior, As experiências devem generalizar uma imensidão de possibilidades.
ResponderExcluirSinceramente, tu és um frajuto poeta de fundo de buteco.
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ExcluirCristina, não diga asneira. Um poeta escreve o que sentir vontade ou sobre o que qoiser.Bem se vê Cristina que voce não entende de poesia.O Pedro éum grande poeta mineiro.
ExcluirCristina, não diga asneira. Um poeta escreve o que sentir vontade ou sobre o que qoiser.Bem se vê Cristina que voce não entende de poesia.O Pedro éum grande poeta mineiro.
ExcluirCristina... tardiamente tomei conhecimento do seu comentário sobre a minha poesia, e ele é de tal forma deselegante, que eu nem deveria perder tempo em responder-lhe. Minha poesia é feita para pessoas sensíveis, e esta não é uma uma qualidade sua. Você é uma pessoa amarga, e isso fica claro quando se percebe a sua intenção de me atacar. Faça críticas construtivas e bem fundamentadas, mas, antes, aprenda a escrever, pois é ridículo postar comentários na internet com erros grosseiros de português.
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ExcluirNo comentário deselegante acima Pedro, podemos perceber que parte de pessoas de uma pequenez,portanto releve a bestialidade e inculta comentarista.No entanto quando li seus poemas para pessoas letradas e sensíveis,elas amaram.Quanto a questão de buteco,não diz nada,os poemas vem da inspiração e do coração.Foi em um bar que Vinícius de Morais fez um de seus mais belo poemas..."Olha que coisa mais linda,é ela que passa....Garota de Ipanema!Portanto podemos concluir que a crítica é notadamente transcedencia negativa,ok!Abraços.
ResponderExcluirAbraços Virgínia... obrigado.
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